segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Momentos de plenitude




Em meados de 2009 eu descia a rua rumo ao lugar onde trabalhava, meu coração estava cheio de alegria, sentia-me feliz com tudo. Minha nova casa, meu emprego, minha filha, meu marido...
Descia a rua e pensava: hoje estou particularmente feliz! O sol ameno da manhã, o cheiro do café enquanto eu ligava o computador, a demanda do dia a dia, as notas fiscais pra fazer, as contas da empresa pra pagar, as planilhas que eu bolava pra otimizar meu tempo, tudo me deixava feliz.
Pois é, o tempo foi passando e em algum momento tudo isso foi deixando de fazer sentido. O sentimento de plenitude deu lugar a muitas dúvidas, as quais não eram só em relação ao emprego... A maternidade, o relacionamento, o jeito de ver a vida, tudo não se encaixava mais e eu comecei meu processo de desconstrução.
Foi num desses momentos que eu fiz esse blog, eu estava aprendendo a SER, tudo de novo...
Mal sabia eu que esse é um processo constante, que não existe fim, do tipo: agora já desconstruí tudo e construí novamente, chega! Ah não, não é assim... É um processo contínuo que tem momentos de intensidade e momentos mais amenos, mas não um fim.
O meu processo tem sido frenético desde então, culminando num terceiro filho, numa mudança de cidade e de tantas outras coisas nesse longo, lindo e por vezes penoso processo.
Faz tempo que não escrevo aqui, em alguns momentos simplesmente não queria e em outros queria mas não focava. De uns dias pra cá venho pensando muito em escrever e a vontade veio genuinamente. Assim sabe, despretenciosamente, só colocar em palavras o que vai no meu coração...
No começo do ano eu participei de uma roda de mães onde minha maior questão era "meu novo eu".
Como me reconhecer no espelho e a pessoa que eu queria ser.
Menos de um ano se passou e aos poucos eu vejo essa pessoa se formando, sem cobranças, naturalmente, tudo no seu tempo, com generosidade e leveza.
Certo dia fui buscar pão numa padaria bacana que tem aqui em Ubatuba e ao sair da padaria, sentindo a brisa da manhã e o quentinho do sol, eu senti de novo essa sensação do "particularmente feliz" que eu senti lá em 2009. Numa outra ocasião eu fiz um chá antes de dormir, as crianças já dormiam e eu sentei no sofá sentindo o cheirinho do alecrim, novamente a sensação do "particularmente feliz" e depois a mesma sensação ao saborear um açaí, ao sair do banho...
Eu senti como se tudo estivesse inteiro, perfeito, no devido lugar, assim mesmo que eu quero, é disso que eu tô falando, entende?
Plenitude...
É isso!
Me sinto plena, nas pequenas coisas sabe? Olhar na montanha, o cheio da brisa que vem do mar, contemplar a imensidão azul, enfim...
E no "me perder", "me encontrar", "me perder", "me encontrar", venho me (re)encontrando, olhando no espelho e me (re)conhecendo...
Continuo desconstruindo, (re)aprendendo, continuo aberta a novas possibilidades, visões, opiniões e quero estar sempre assim, não "quero ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Quero (re)inventar sempre, transmutar...

domingo, 10 de maio de 2015

Feliz dia das mães! A mãe que sou e a mãe que quero ser...

Eu acredito que honrar a mãe vai muito além do segundo domingo de maio e dos presentes freneticamente comprados alimentando o consumismo e nossa sociedade capitalista.
Penso que a PARCERIA entre mãe e filhos tem que ser "tecida" dia a dia, com pequenos gestos, com grandes gestos, com um respeito que circula numa via de mão dupla e com discussões, com embates sobre opiniões, sim, tudo isso faz parte!
Ser mãe da Bárbara foi romântico mas não foi a maternidade real, me escondia entre lágrimas tentando entender quão avassalador era tudo aquilo que eu estava sentindo...
Ser mãe do Júnior foi desconectar-me de mim mesma e depois reconectar-me num processo doloroso mas, extremamente necessário me tornando definitivamente não só outra pessoa, mas outra mãe!
Agora, essa gestação me faz olhar profundamente pra mim mesma, mergulhar no meu profundo muitas vezes sem achar o caminho de volta... Me perder, me encontrar, me perder, me encontrar...
Definitivamente esse é o começo (porque eu acredito que esses questionamentos nunca terão fim e isso é saudável) dos questionamentos que me fazem entender qual é meu lugar no mundo como mãe.
É o momento de desconstruir conceitos enraizados, elaborá-los de uma maneira que sejam coerentes com quem sou...
É claro que me emociono com as manifestações de carinho e amor entre mães e filhos nas time lines da vida, me emociono com o carinho dos meus, com a cartinha, com o gesto...
Acredito que apesar de todo o contexto capitalista e muitas vezes hipócritas que sondam as "famílias" nesse dia, devemos sim nos cercar de bons sentimentos, ser gentios, carinhosos e estender isso ao longo dos dias, independente da comemoração...
Eu? Como filha deito a cabeça no travesseiro com a certeza de que o meu melhor sempre dei, independente da data. Honro minha mãe em todos os dias da minha vida, por toda a sua luta, por tudo que representou e representa pra mim, por nossa parceria e por todo seu amor!
Como mãe, experiencio todos os dias a dor e a alegria de ser quem sou, penso que é a melhor parte de mim, pois foi através da maternidade que cultivei e ainda cultivo o meu melhor!
Cada vez mais tendo a consciência de que meus filhos são seres independentes de mim, que devo respeitá-los pra que eu seja respeitada (o conceito de me respeite porque sou sua mãe, pra mim não serve mais, é muito mais profundo do que isso), que devo entender que serão do mundo sim (quem diria que essa frase sairia de mim), não são propriedades minhas! Não devem viver com o peso de que um dia terão que cuidar de mim se eu ficar velha e inválida. Não devem viver suas vidas de modo a agradar o meu ponto de vista.
Nesse dia das mães quero me libertar de todas as amarras sociais pra que possa ser uma mãe, onde a criação dos meus filhos os tornem pessoas LIVRES, INTEIRAS E PLENAS!
Essa foi a cartinha que ganhei da Bárbara.
A professora do Júnior teve a delicadeza de fazer um biscoito "a todas as mãos", mandar num saquinho com 2 sachês de chá. Ele esperou ansiosamente a parte da tarde pra que tomássemos o chá e comêssemos os biscoitos, rssss... Sentou no meu colo me olhando de quando em quando e fazendo carinho enquanto tomávamos o chá. Esses são uns dos pequenos gestos que tecem nossa parceria e a relação que estamos construindo...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O ciclo que se fecha...



Foram 6 anos...
A proposta de trabalhar na Nova Era veio do meu marido, naquelas conversas de cama sabe?
Nunca cogitei essa hipótese e quando aconteceu pensei: que bacana!
Aprendi como nunca!
Na balança da vida, posso dizer que o saldo é extremamente positivo.
Acontece que algo começou a me incomodar, olhava e já não me via, nem sabia mais quem eu era...
Cadê aquela Michele questionadora, cheia de sonhos na cabeça?
Foi engolida pela rotina do dia a dia, acomodada atrás de uma mesa, sentindo que não estava dando tudo que poderia nessa vida de meu Deus!
Os conflitos começaram, primeiro na área da maternidade, mas foi apenas o primeiro passo pra entender que meu lugar não era mais ali.
Fui tateando, com a ajuda da terapia, pra entender quem eu era, quem eu tinha me tornado e sobretudo o que eu queria na minha vida como um todo.
Encontrei na doulagem a satisfação que eu procurava, mas ainda tinha passos a dar...
Sair da Nova Era se fazia necessário, pois não conseguia dar conta das duas coisas e então decidi.
Para alguns fui corajosa, foi um grande salto pra longe da zona de conforto, pra outros só fiz porque tenho meu marido, que segura as pontas enquanto a coisa não vira. Bom, a vida é assim né? Pelo menos eu vejo assim dentro de um relacionamento, um apoiando o outro, segurando as pontas enquanto para o outro não dá, se fosse ao contrário eu daria a maior força para o meu marido, como ele deu pra mim.
E diante dessa reflexão eu não posso deixar de te agradecer Dri.
Pelo seu acolhimento, pelos cafés da manhã, pelos almoços regados a muito papo e risadas, por sua paciência, por sua companhia, pelas vezes que você me escutou, consolou meus choros e me mostrou o outro lado.
Aprendi muito com você não só o trabalho em si, mas aprendi coisas pra vida!
É um ciclo que se fecha e eu amo recomeços, eu amo pegar a folha em branco e escrever a história.
Que venha esse novo ciclo com todas as incertezas e certezas que ele traz afinal, a vida por si só já é um risco!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Hoje é o dia dela!!!

Do dia que nossos olhos se encontraram pela primeira vez até hoje, fazem 8 anos...
Me emociona ver que alguns sinais de que a infância em breve irá embora, começam a aparecer. É claro que ainda tem chão pela frente, mas a bebezinha vai ficando cada vez mais pra trás e o que eu sinto é um misto de alegria, orgulho e medo...
Você vem mudando tanto filha, amadurecendo, crescendo, aprendendo, se posicionando mais.
Eu vou aprendendo como sempre, aliás cada vez mais percebo que você me ensina muito mais do que eu a você!
Desejo que você seja plena filha! Que você vá trilhando seu caminho de uma maneira leve, cheia de aprendizados, com menos tabus, menos expectativas e mais VIVER! Viver inteiro sabe? Livre das amarras que nos prendemos por repetições. Caindo e levantando, errando e aprendendo, evoluindo e amadurecendo, a vida é assim! Não podemos estar certos a todo o momento e seres perfeitos não habitam a terra, por isso arrisque-se, semeie sempre coisas boas e a colheita virá farta meu amor...
Feliz aniversário minha vida!
Mamãe te ama mais que tudo!

domingo, 24 de agosto de 2014

Para minha irmã de alma...

Eu preciso falar de você!
Não só porque você é minha amiga querida, minha irmã de alma, minha companheira de outras vidas...
Cara, você é foda!
Me surpreende alguém não reconhecer a beleza que tem em você e não estou falando de beleza física porque bem sabemos que um dia essa acaba... A beleza que você tem é física sim, mas não só, é algo que transcende e quem não consegue perceber, não tem olhos de ver, como já dizia um sábio chamado Jesus.
Como eu disse hoje, eu te vejo, te vejo como no filme Avatar, vejo além, vejo todo esse conteúdo que tem dentro de você.
Falar que você é de um humor incrível é redundante, mas é uma das coisas que mais me encantam em você! Além da sua lealdade e integridade, tão raras nos dias de hoje...
Como o nome desse blog é aprendendo a ser, ele não pode passar sem ter uma postagem sobre você!
Você me ajudou a enxergar o meu valor, você me fez rir nos piores momentos da minha vida e esteve ao meu lado, pura e simplesmente, e com sua presença você dizia: se você cair eu te seguro!
Às vezes a gente se desentende, discorda, se irrita, mas até nesses momentos é muito bom ter você ao meu lado, porque eu aprendo tanto cara...
As nossas terapias informais são grandiosas!
Você me ajuda no meu aprendizado de SER!
Me espelho na sua coragem, na sua força, na sua inteireza... Sim, é assim que você vive, inteira! Cada vez mais isso se corrobora e por mais que o fardo pese de vez em quando, você aprende, se olha, se conhece, se entende...
Você tem tanto conteúdo, tanto a acrescentar que eu tenho pena das pessoas que não se permitem conhecer a Carol!
Amiga eu amo você! Pelos nossos quase 30 anos de amizade, por acompanhar a pessoa que você se torna a cada aprendizado, por tudo que você me ensina, por sua presença, sempre! Tornando a me dizer que se eu cair, você me segura!
Torço por você, desejo visceralmente que você alcance patamares que nem sonha, te verei lá em cima, no topo! Quando digo isso acho que não preciso nem explicar que não estou me referindo a nada financeiro né? Estou falando de realização, de auto conhecimento, de plenitude!
Saiba que minha presença quer dizer o mesmo que a sua me diz: se você cair, eu te seguro! Ainda que às vezes eu seja dura, ainda que às vezes o que eu diga não surta de imediato o efeito que eu quero, mas você bem sabe o que vai no meu coração...
Gratidão por estarmos juntas nessa! E na próxima cara, eu não venho se você não estiver comigo!









sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O caminho de volta a conexão comigo mesma...




Hoje tomei café sozinha na Marengo...
A TPM está pedindo pra eu ficar comigo mesma, não há nada de errado não, apenas reflexão...
Se eu soubesse meditar, agora seria uma boa hora...
Faz 2 anos que eu não tomo pílulas anticoncepcionais, pelo fato de que eu queria conhecer meu corpo, entender o que ele me dizia com a menstruação, conhecer meus ciclos, meu fluxo...
Lembro da primeira vez que li esse texto,como ele mexeu comigo e em lágrimas eu escrevi, onde foi que eu me perdi??? A partir daí parei de tomar pílulas e comecei a me observar, aprendi que os incômodos da menstruação fazem parte de mim, aceitar e aprender a viver com eles me traz sabedoria, serenidade... Como o trabalho de parto e a dor das contrações, cada vez que você luta contra a contração, mais ela dói, se você aceita a dor e deixa ela vir, tirando dela todo o ensinamento, tudo fica mais leve e mais sereno.
Pois bem, comecei a reparar nos meus ciclos, comecei a usar coletor menstrual, deixei de ter nojo do meu sangue, reparei no cheiro, na textura, na quantidade, isso faz parte de mim caramba! Como me enojar com parte de mim mesma e que me diz muito mais do que eu consigo enxergar???
O fato é que nesse (re)conhecimento da menstruação, eu pus em prática uma frase que eu li nesse texto, que diz que a TPM é uma lente de aumento para as coisas que não estão bem.
Cara! Bingo!
Estou vivendo um momento que ia tomar uma decisão e pra mim tudo bem, só que quando eu comecei a sentir a TPM, o assunto em questão começou a me incomodar, então eu pensei, não está tudo bem. Se eu estou me incomodando com esse assunto na TPM é sinal que não está resolvido pra mim e que eu tenho que olhar com mais cautela pra essa situação.
Peguei o assunto, olhei pra ele com carinho e deixei que a TPM me mostrasse tudo que estava me incomodando, percebi que ainda tenho coisas pra resolver em relação a isso e que agora não é hora de tomar uma decisão, fim!
Fiquei feliz de poder experienciar algo tão profundo sabe? De estar me conectando comigo mesma de tal forma que consigo reparar nessas sutilezas...
O café?
Foi o momento comigo mesma que me fez colocar essas ideias nos seus lugares e sentir o quanto comigo, e só comigo eu queria estar nesse momento! Descobri que eu gosto demais da minha companhia, de quem sou e de quem estou me tornando...

domingo, 3 de agosto de 2014

Um domingo tranquilo.

Geralmente eu gosto de estar em casa nos domingos. Eventualmente almoço na casa de alguém ou me encontro com amigos, mas na maioria das vezes gosto de estar em casa, de me preparar pra semana.
Hoje eu queria um domingo assim, tranquilo.
Não fazer muita coisa em casa além do essencial, um almocinho gostoso e ver as crianças brincarem.
O pai levou na pracinha pela manhã enquanto eu ajeitava as coisas por aqui.
O marido fez uma picanha no forno e eu uma abobrinha gratinada, as crianças brincaram na garagem com os brinquedos, com tinta, eu tomei minha cervejinha como de costume e depois do almoço eu tirei um belo cochilo no sofá.
Dia simples, mas que me enche de alegria e de energia pra enfrentar a semana, me lembrando que apesar de ser meio clichê, a felicidade está nas coisas simples!