sexta-feira, 23 de novembro de 2012

POSTAGEM COLETIVA - 19/11 - Dia Mundial pela Prevenção da Violência Doméstica contra a Criança




Faz tempo que não escrevo, tá tudo tão corrido que eu não estou dando conta de tudo sabe?
Já faz dias que estou querendo escrever sobre bater em filhos, já estava até tudo montado na minha cabeça mas nunca dava tempo, mas aí rolou uma blogagem coletiva no último dia 19 sobre o assunto, como eu estava viajando não consegui participar, então aproveitei o ensejo para escrever o que eu já queria a algum tempo.
Como já disse no meu último post o Júnior é uma criança que demanda bastante, tanto que já bati, nele e na Bárbara, mas todas as vezes que isso acontecia eu me sentia mal, alguma coisa gritava dentro de mim dizendo que não era por aí, até que um dia eu bati nele porque ele bateu na Bárbara e enquanto eu dava as palmadas eu falava entre dentes: NÃO PODE BATER!!! Eu me senti tão incoerente, tão estúpida... Parei e fiquei pensando, não é por aí...
Pois bem, há mais ou menos uns dois meses o Júnior "endoidou", engraçado que ele estava super apegado a mim, carinhoso, me beijava a todo momento, super tranquilo, só que de repente... Começou a ficar nervoso, tudo contrariava, gritava, chorava, e eu perdida. Até que me apresentaram uma lista de discussão sobre educação de filhos de 0 a 10 anos, e lá fui eu desabafar os meus terrores com o Júnior. Estava muito confuso pra mim esse negócio de educação, autoridade, respeito, permissão...
A sensação que eu tenho é que eu joguei no chão tudo que eu acreditava até então e estou construindo uma nova forma de ser, educar, agir, e por ser nova, eu ainda não sei o caminho a seguir, estou tateando no escuro sabe?
O fato é que uma coisa ficou muito clara pra mim, NUNCA MAIS LEVANTAREI A MÃO PARA MEUS FILHOS! Comecei a me observar e percebi que toda vez que isso acontecia a coisa desandava de vez! Aí que ele me enfrentava mesmo, gritava e vinha pra cima de mim como se quisesse dizer com seus olhinhos arregalados: eu preciso muito mais do que uns tapas, comigo não vai funcionar!
Conversar com outras mães que pensam da mesma forma foi muito esclarecedor, pois saíram verdadeiras pérolas nessa discussão que me fizeram pensar profundamente sobre o assunto, olhar pra mim, para os meus preconceitos, para a minha vaidade e sobretudo para o meu filho, entendendo que ele é um SER HUMANO, com defeitos e qualidade como qualquer um, só que ele só tem 2 anos e meio, se pra mim que tenho 32 é tão difícil lidar com certos sentimentos, porque exigir que ele aprenda a força a lidar com os seus?
Vale a pena transcrever aqui algumas coisas que foram ditas:



"A minha única pergunta (isso mesmo, mais uma para um montão das suas) é por que a criança tem de respeitar o outro sem ter sido respeitada?
Para refletirmos, mesmo. Por que eu insisto em querer que meu filho saia por aí respeitando todo mundo se nem sempre ele é respeitado? E por que parto do princípio de que ele deve me respeitar só porque eu sou mãe?
Eu acho bacana uma criança educadinha, que respeite regras, a tudo e a todos, mas a que preço essa criança faz isso?"

"...  as regras só fazem sentido se forem compreendidas, então é bom explicar sempre o porquê de cada coisa. Tenta trocar uma proibição por uma permissão. Ao invés de dizer não faça isso com a pasta (de dente) vc talvez possa falar vamos tampar a pasta e coloca-la no lugar?"



"primeiro, concordo com o que as meninas disseram, que o respeito é uma via de mão dupla, da mesma forma que a gente exige o respeito dos filhos, a gente tem que respeitá-los tb, até pra eles aprenderem isso pra vida.
segundo, a nossa geração ainda confunde muito respeito com imposição pelo medo.
que é o que se faz qdo se bate na criança pra ela aprender o "lugar" dela.
e sei que é bem difícil a gente quebrar o padrão, pq exige uma mudança de paradigma, exige tudo aquilo que vc colocou no seu último email, exige uma dose redobrada de paciência.
e é duro.
é bem difícil."

"...acredito, não, fui obrigada a me render à
evidência - de que a rigidez não educa.
se você tem um filho renitente, um filho que desconhece a figura da
autoridade, um filho que só admite a violência como forma de ser
contido, e se você usa da violência, você não está tornando ele uma
pessoa melhor, você está meramente o contendo, entende?
E o que vai acontecer quando ele for grande e você não puder mais
conter? 
Porque não se trata aqui de resolver a birra do meu filho, ou do seu,
mas se trata de aproveitar todo e qualquer momento bom ou ruim para
fazer dos nossos filhos as melhores pessoas que você puder fazer.
E, pra fazer isso, do que a gente não precisa? primeiro, do adestramento:
o filho não tem que não bater na mãe porque ele sabe que ela bate mais
forte, mas porque ele a ama e é totalmente agressivo pra ele bater na
própria mãe!
Meu filho não precisa aprender submissão, mas precisa aprender a
confiar nas pessoas que o amam e a acalmar esse torvelinho que existe
dentro dele; ele não precisa aprender subserviência, mas a sentir no
seu coração um respeito e gratidão tão grande pelas pessoas que o
amam, que o respeito flua de dentro dele, não porque ele vai apanhar
se não responder "sim, senhora" pra mim."

Deu pra sacar a grandiosidade que foi essa conversa? 

Gente, essa coisa de trocar uma proibição por uma permissão funcionou de uma maneira espetacular, logo em seguida de toda essa conversa na lista, o Júnior teve um stress com a Bárbara, imediatamente parei tudo que estava fazendo e falei: VAMOS BRINCAR DE ESCONDE, ESCONDE? Ele deu pra Bá o que ele não queria dar e ficamos nos escondendo pela casa por volta de uns 10min., pra ele foi uma alegria sem fim, terminou a brincadeira rindo gostoso e sem stress nenhum!
O fato é que tudo isso me deu muita força pra entender o Júnior como um ser humano além de mim e que o meu papel é conduzí-lo da melhor forma possível, tentando tirar dele o que ele tem de melhor e ajudando-o a trabalhar o que não é tão bom assim, afinal, ele vai levar o que aprender para o mundo, para a sociedade que ele estará inserido, para o seu futuro lar, para seus filhos, para seu emprego, enfim... Estou preparando um ser humano para o futuro e isso cada vez mais fica forte dentro de mim, me dá uma dimensão de responsabilidade sem igual.
Bater, impor, gritar, colocá-lo de castigo à força só vai adestrá-lo e eu não quero um ser humano adestrado, eu quero um ser humano pleno, feliz e consciente! Quero que ele me respeite por amor, que aprenda com meus exemplos e não que ele sinta medo de mim!
Ainda depois de toda essa conversa passamos por um stress novamente, a Bá estava pintando no sofá, ele foi lá tirou o lápis da mão dela e ainda bateu nela, peguei-o no colo e fui conversando sobre não poder bater, que ele podia fazer carinho na Bá porque era mais gostoso, que a Bá era a irmãzinha querida dele que sempre brincava com ele enfim, fui conversando sem levantar o tom de voz, o que é inédito pra mim, no meio da conversa ele olhou bem pra minha cara e me deu um murro.
Respira, respira, respira!!!
Pus ele no chão e olhando bem nos olhinhos dele disse: filho, não pode bater, a mamãe nunca mais vai bater em você, porque bater é feio, é ruim, a mamãe te ama e agora eu estou triste...
Sentei na mesa e continuei tomando o meu café, ele ficou quietinho, a Bárbara chamou ele e disse, vamos escolher um DVD pra gente assistir, vem cá que eu deixo você escolher (tenho que mencionar que a Bárbara é um espetáculo a parte né? Ela quis fazer algo pra ajudar, do alto dos seus 6 anos de idade), então ele foi, escolheu o DVD, eles sentaram no sofá e passado alguns minutos ele veio de mansinho no meu colo, olhou bem nos meus olhos e falou baixinho: dicupa mamãe! Me abraçou, se aninhou um pouco e voltou ao DVD!
Com tudo isso percebi que o que temos que ter é disponibilidade, todas às vezes que o stress se instalou eu não estava disponível, eu não estava disposta, eu estava mais preocupada com a janta, com a roupa, ou com qualquer outra coisa e não parei pra escutar, pra escutar o momento, pra pensar profundamente no que eu poderia fazer pra resolver a situação de uma maneira serena.

E pra aquelas frases que dão preguiça:

"Eu apanhei e sobrevivi" ou "Melhor educar agora do que deixar a polícia educar depois" (algo assim), eu deixo outras duas frases, que também foram ditas na lista:


"veja que eles não dizem: eu apanhei e fui feliz!.. mas eu apanhei e
sobrevivi. isso é legal quando vc fala da participação em uma guerra,
mas da interação em seu próprio lar?"

"saber que tem gente adestrando cachorro e cavalo sem chicote, sem
pancada... caramba, será que eu sou uma mãe pior que domador de
animais? "

Eu teria muito mais pra falar, mas findo por aqui, sem nenhuma receita de bolo do que eu devo fazer na edução dos meus filhos, mas muito certa do que eu NÃO QUERO fazer, e com certeza uma delas é voltar a bater!

Muitos blogs falaram do assunto, muita coisa boa de se ler, repensar, reconstruir, mas vou citar dois aqui que abrirão o leque para outros, permitão-se, vale a pena!


Guerra ou Paz - Esse é outro blog que também fala de violência, não necessariamente dessa violência que estamos falando aqui, um pouco mais abrangente mas que culmina na violência que estamos vivendo hoje na cidade de São Paulo e sobre os nossos sentimentos diante de tudo que está acontecendo. Aí eu deixo uma pergunta: será que esses seres humanos que estão em guerra com a polícia apanharam quando criança? Sim ou não?



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Papo de mãe em: Birras e ataques de nervoso, o que faço com eles?



Esse é o meu anjinho, o Júnior. Serzinho que me impulsiona, que me vira do avesso e que fez cair por terra todos os conceitos sobre maternidade que eu tinha até então. Eu explico: tenho uma princesinha de 6 anos, a Bárbara, essa coisinha linda de cabelos crespos e olhinhos puxados aí debaixo.



Pois é, Babi já veio pronta e eu na minha ingenuidade achava que o mérito era meu... Babi dormia a noite toda, acordava no máximo 2 vezes pra mamar (estourando), Babi quase não chorava e um simples: não filha, não pode porque faz dodói, era suficiente pra ela não subir na mesa, não mexer em facas, enfim, ela simplesmente obedecia e até hoje é assim. Meiga, carinhosa, inteligente, às vezes preciso gritar dentro de casa: Bá, onde você tá, filha? Porque ela fica tão quieta que às vezes parece que não tem ninguém, e ela responde com sua voz fininha do quarto: Estou no meu quarto mamãe, tô desenhando ou, tô arrumando o meu guarda-roupas (pasmem, ela arruma o guarda-roupas dela, separa saias de shorts e camisetinhas regatas das de manga, juro procês). Conclusão: eu me achava a mãe perfeita, pois minha filha sempre foi muito educada, carinhosa, obediente e tranquila, não entendia como eu conseguia fazer tudo em casa enquanto a Bárbara espalhava seus brinquedos na sala e quietinha brincava, e outras mães não conseguiam fazer nada e estavam sempre com cara de acabadas, pretensiosa eu, não? Pois é, o fato é que então eu tive o meu anjinho, o Júnior, e como eu disse a princípio ele veio pra me virar do avesso, pra fazer cair por terra todas minhas convicções e o que é melhor, o Júnior me fez sair da terrível zona de conforto e me impulsionou a pensar, a pesquisar e a me por em xeque a todo momento.
Preciso compartilhar que no primeiro ano do Júnior eu fui muito negligente, sei-lá, alguma coisa estava errado sabe? Parece que eu tinha sido abduzida por um E.T. Eu estava tão preocupada em manter uma rotina dentro da normalidade, tão preocupada a voltar a trabalhar, tão preocupada com tantas coisas menos importantes que não olhei para o meu anjinho como eu deveria, vivia sem paciência e hoje eu percebo que nem conversar com ele eu conversava, coisa que eu fazia com muita naturalidade com a Bárbara, eu fazia tudo meio roboticamente sabe, e eu não sou assim... O fato é que no começo desse ano que eu ouvi a primeira vez a palavra maternidade consciente e parece que uma venda me foi tirada dos olhos, foi quando percebi o quanto negligente fui com meu anjinho, pra se ter uma ideia quando ele tinha 3 meses eu voltei a trabalhar, como se isso fosse realmente importante, era, mas eu podia e tinha condições de ter esperado mais...
O processo foi: culpa, muita culpa, mais um pouquinho de culpa,  terapia e vamos arregaçar as mangas e tomar outras atitudes daqui pra frente.
Bom, agora com 2 anos e 5 meses, o Júnior está rebelde!
O Júnior grita, cospe, bate e se joga no chão, há momentos que parece que ele vira um gremelin.
Um exemplo: ele pega o banquinho e quer mexer na pia da cozinha, pega o detergente e quer lavar louça, é o tipo de coisa que não pode certo? Pois bem, Júnior, não pode filho, a mamãe está fazendo papá, se você ficar aí, além de se molhar e ficar dodói, você vai acabar com o detergente da mamãe e como a mamãe vai lavar louça? Então tiro ele do banquinho e falo, vai brincar com seus brinquedos enquanto a mamãe termina o papá. É nesse momento que ele vira o gremelin, ele grita um sonoro não, cospe e chora tão alto que eu tenho a impressão de que qualquer hora o conselho tutelar vai bater na minha porta, porque quem passa na rua só pode pensar que ele tá apanhando... Aí desanda tudo, eu tenho que acalmá-lo de alguma forma que eu ainda não descobri qual é, paro de fazer o jantar no meio do caminho, na maioria das vezes jantamos mais tarde do que o habitual, enfim, é como se fosse a primeira vez que eu sou mãe...
Tento conversar, acalmá-lo, pego no colo, explico que não pode, vou dar uma volta na garagem, só que muitas vezes eu não sei mais o que fazer, então deixo-o chorar e retomo o jantar, é nesse momento que eu me sinto mais impotente e muitas vezes choro também, porque eu penso: meu Deus, eu não sei lidar com meu filho! Então tento evocar o mantra das mães: isso vai passar, é só uma fase... E então a voz do meu marido e do meu sogro ecoam na minha mente: vai deixar pra educar quando tiver grande, aí já não adianta mais! Sabe o que é esse educar né? Bater! Não quero e não vou bater no meu filho, já dei uns tapas sim, não vou mentir, mas me senti pior ainda, claro que uns tapas "tira pó" como diz minha mãe, mas mesmo assim, não é a intensidade do tapa e sim o ato, não vou fazer isso, ele só tem 2 anos e 5 meses, isso é ridículo, é desumano!
Inevitável eu pensar que ele age assim por conta de eu não ter me dedicado a ele como deveria no primeiro ano de vida dele, então a culpa vem e dá uma batidinha na porta, às vezes eu acabo abrindo, outras não...
Quero basear a educação que eu dou para os meus filhos no conceito da criação pelo vínculo, é algo novo pra mim mas que tem toda coerência com a pessoa que eu sou hoje e principalmente com a pessoa que eu quero me tornar. Bater, pôr de castigo, amedrontar com o bicho papão e gritar eu sei fazer, foi assim que foi feito comigo, não por maldade, apenas por repetição, mas eu não quero continuar esse ciclo, por isso peço a ajuda das mães, maternas, mamíferas e todas mais que puderem me ajudar, quero conseguir entender meu anjinho, ajudá-lo com seus conflitos e guiá-lo para se tornar um ser humano pleno e feliz!



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Setembro de desafios e realizações

Se finda o mês de setembro, e com ele um cansaço descomunal, mas a sensação plena de dever cumprido e desafios superados, sensação de: "Caraca, não é que vc conseguiu?"
Primeiro foi o curso de doulas, deixar o escritório por 4 dias, o Beto ter que rebolar pra poder levar e buscar as crianças na escola, eu saindo mais cedo do que eu costumo sair e chegando mais tarde do que eu costumo chegar, sem tempo pra fazer comida ou simplesmente pôr uma roupa na máquina, perceber o estresse do Júnior por estar muito tempo longe de mim... É, não foi fácil, foi trabalhoso e cansativo fisicamente, gente a Sé às 18:00hs é a visão do inferno, teve vez que eu senti vontade de chorar quando eu via aquele mundaréu de gente, não dá pra acreditar que tem gente que faz isso todo dia, meu Deus!!! Olha, trabalhar perto de casa realmente não tem preço!!! Mas valeu, valeu demais!!! Como já disse aqui, o curso foi uma terapia, com certeza aprendi muito mais do que eu fui buscar, sobretudo sobre mim mesma...
Fui convidada para participar de um bate papo no grupo de apoio a gestantes de São Matheus e lá estava eu, sexta - feira 01:40 da madrugada, preparando a aula que daria no dia seguinte. Gente é a primeira vez que eu fiz isso, e lá fui eu, com a cara e com a coragem.
Foi uma aula MARAVILHOSA!!! Pude ver nos olhinhos das mulheres para as quais eu falava, a atenção, a curiosidade e a vontade de saber mais, tanto que a aula foi terminar 15min. depois do combinado porque o assunto realmente rendeu!
Ouvir uma mulher de 60 anos falar no final da aula:
"Menina, eu tenho 60 anos e tive 3 cesárias, nunca, em toda minha vida, ninguém me contou o que você está contando agora. Onde você estava menina?"
Simplesmente não tem preço!!! Tive a plena certeza de que o caminho é por aí e é só o primeiro passo da caminhada que quero seguir!
Lembro que no encerramento da aula, enquanto fazíamos a oração eu pensei: um desafio de hoje já foi, agora só falta um!
E lá fui eu, deixar as crianças na minha mãe e seguir pra casa pra arrumar a mala e encontrar as meninas para irmos ao teatro.
Quando chegamos lá, na hora que parei na porta do teatro e olhei pra dentro, minha cabeça rodou, senti uma tontura sem igual, precisei de ajuda para entrar pois realmente estava muito tonta. Cheguei no camarim suando frio, com o estômago embrulhado e tremendo, foi horrível, pensei que não ia dar conta de dançar, então lembrei que eu não tinha comido nada até aquela hora, tamanha a ansiedade que eu me encontrava. Comi uma maçã, tomei gatorade, um salgadinho, deitei no sofá do camarim e aos poucos fui melhorando, graças a Deus! Fiz uma oração e sintonizei meu amigo espiritual, dizendo que se o que eu estava sentindo fosse só por conta da ansiedade, então que eu conseguisse me asserenar a ponto de ficar bem, e se por acaso aquilo não fosse meu, então que eu fosse envolvida de forma a não deixar que nada atrapalhasse aquele momento, foi como tirar com a mão, minutos depois eu estava 100% e com uma calma que não é própria minha.
Ensaiamos até quase a hora do espetáculo, que começaria às 20:00hs.
Gente, que emoção quando fizemos o pai nosso, todos de mãos dadas minutos antes de começar, e quando nos foi falado que os 450 lugares estavam ocupados, cara se apresentar para 450 pessoas não é fácil não, é muita adrenalina!!!
E as cortinas se abriram, e o espetáculo começou, além de lindo, prazeroso e divertido, foi muito emocionante, muitos choraram e todos riram e eu consegui!!!
Fui prestigiada pela minha família e por amigos queridos, foi muito bom tê-los comigo nesse momento tão especial pra mim!!!
A Carol? É claro que ela estava lá!!! Na coreografia Best Friends, o primeiro rostinho que me veio a mente foi o dela, seguido de tantos outros que são imprescindíveis na minha vida, e na cochia todos choravam, emocionados por aquela energia tão boa e na platéia também!!!
No final do ano teremos outro espetáculo, o de encerramento do ano e eu dividirei o camarim e a cochia com a minha princesa, minha filha Bárbara, pois ela também irá se apresentar, vou preparando meu coração desde já, pois a emoção será em dobro!!!
Fica aqui o meu eterno agradecimento a minha mãe e ao meu marido, que são os facilitadores para que tudo isso pudesse acontecer, a minha família e aos meus amigos que foram me prestigiar, com certeza foi a cereja do bolo, as meninas do jazz por serem cúmplices desse momento e ao professor Wellington por tornar tudo isso possível!!!
CURSO DE DOULAS NO GAMA

YÉS, NÓS SOMOS JAZZ!
E assim termina o mês de setembro, o qual trouxe junto com a primavera, o desafio, a superação, o conhecimento e o prazer!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Parabéns minha filha...



Hoje fazem 6 anos que você nasceu filha... Volto aquele momento na Casa de Parto, a insegurança, o medo, a dor... Entre uma contração e outra eu ficava de cócoras e falava com você, sem saber se era menina ou menino eu dizia: ajuda a mamãe bebê, vira logo que a mamãe está com muita dor, eu ajudo você e você me ajuda...
Passado algum tempo lá estava eu, sentindo aqueles puxos involuntários quando a Yuki (parteira) me deu o espelho e eu vi você coroar, mais algumas forças, acho que 3 ou 4 não sei, parece que não foram muitas, e você nasceu...
A Yuki disse: é a Bárbara! Eu já tinha dito que esse seria o nome.
Então ela colocou você no meu colo e instantaneamente você parou de chorar e virou o rosto para me olhar, eu peguei você nos braços e fiquei olhando entre lágrimas e risos, sentindo aquela inundação de sentimentos dentro de mim, seu pai chorava copiosamente ao meu lado, provavelmente inundado pela mesma sensação...
O tempo passou minha querida, no começo foi difícil, ter alguém dependendo de você pra tudo é bem amedrontador, mas nós fomos nos acertando e você foi uma bebê maravilhosa, dormia bem, sorridente e pouco chorava. Aos poucos você foi tomando forma, está construindo o seu eu, e esse eu é admirável!!!
Uma menina que adora os livros, escrever e pintar, fala como a mãe e é serena como o pai...
Tranquila, amorosa, cuidadosa com o irmão e muito carinhosa com todos, obediente e educada, realmente encantadora!!!
Desejo que você conserve essa doçura, que você seja você, livre de preconceitos e conceitos pré estabelecidos. Que você seja feliz filha, sem se deixar escravizar por nada nem por ninguém, que você sinta-se plena, e da forma como isso vai se dar não me cabe, o que me cabe é o resultado final!

Você está crescendo e mais uma vez me sinto meio amedrontada, como quando você chegou aos meus braços, quero que você tenha de mim o que eu tenho de melhor, que o que for passado pra você sejam frutos que darão flores lindas no momento oportuno, espero estar fazendo isso certo!
Filha como eu te amo, como seu sorriso e seu abraço me confortam, me preenche...

Sempre estarei aqui filha, mesmo nas vezes que eu dou bronca e fico chateada com você, nunca, mas nunca deixarei de te amar, isso é impossível, você é parte de mim e é o que me impulsiona a evoluir!!!
Parabéns minha princesa, muita luz na sua caminhada! Eu sempre estarei ao seu lado, SEMPRE!!!

Te amo tanto...



Mamãe!
















segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O CURSO QUE VIROU TERAPIA

E enfim o curso de doulas foi concluído...
Nossa!!! É essa a palavra que me vem na mente...
Tem tanta coisa na minha cabeça que eu gostaria de colocar aqui que está até difícil de começar por algum lugar, mas vamos tentar.
Primeiro, foi mais que um curso, foi uma terapia!!! Conhecer pessoas tão diferentes lutando pelo mesmo objetivo foi bem profundo pra mim. Foram 20 mulheres que ia desde professora de necro maquiagem e tanatopraxia até a tia que só foi fazer o curso pra ajudar a sobrinha parir, pois já estavam no 4º obstetra e todos já deixavam claro que iam fazer cesária (a DPP é entre 25 e 30 de dezembro, deu pra entender o porquê né?), teve mãe e filha, professora de Yoga, psicoterapeuta, mãe em tempo integral, mãe que depois de uma cesária teve dois partos domiciliares, teve os olhos da Vivian e da Suzan, que filmaram o parto da Sabrina, que virou matéria no Fantástico, olhos que enxergam a alma sabe?
Foi extremamente esclarecedor perceber que o trabalho de parto pode te por em contato com suas sombras, com seus conflitos interiores mais profundos e que se bem aproveitado você pode resolvê-los ali!
Conversando com minha querida Carol, falamos de como nos prendemos a conceitos pré-estabelecidos por sei lá quem e nos tornamos escravos de uma condição que nem sequer questionamos!!! É assim com o parto!!! Imaginamos que o parto é sofrimento, é dor, é castigo, sabe de onde vem isso?
"Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores..." (Gênesis, 3 até não sei onde)
A Eva foi lá, comeu o fruto do CONHECIMENTO e a mulherada começou a sofrer no parto, simples assim! Acontece que em toda documentação histórica encontrada (não há muita eu sei), antes do advento do cristianismo, seja pintura rupestre ou citações a.c., as mulheres aparecem no topo da pirâmide e o parto é retratado como um momento de clímax da mulher, com muito prazer, dor sim, mas muito prazer!!! Gente, parto é sexo!!! Todos os hormônios que liberamos no ato sexual liberamos também no trabalho de parto!!!
Veja bem, não quero aqui ser contra a nada, o intuito é pura e simplesmente fomentar o questionamento. Será mesmo que as mulheres não dilatam mais, não tem passagem, que todo bebê com circular de cordão entra em sofrimento, que o parto é tão doloroso assim, que verde com laranja não combina e que cabelo liso é mais bonito que o encaracolado?
Deu pra entender onde quero chegar?
Estamos seguindo o fluxo, quer seja de uma coisa ou de outra, estamos apenas seguindo o curso, sem nos questionar, sem ir além!!!
Acredito no NASCIMENTO de uma maneira respeitosa, humanizada e sublime, quero informar as pessoas que estão a fim de subir no degrau evolutivo, que nós mulheres fomos feitas para PARIR, o "arquiteto" fez tudo perfeito!!! Existem as indicações de cesária? Sim, existem sim, e foi por isso que o "arquiteto" nos abasteceu de inteligência, para que o homem descobrisse que em caso de sofrimento haveria outra forma de nascer, mas isso é de 10 a 15% dos casos, o restante que está sendo aplicado é FALSO, é fruto de um corporativismo, da medicina vista como forma de ganhar dinheiro e só! Fui fazer o curso porque acredito nisso e teve vezes que eu saí do curso querendo rasgar a roupa e gritar na rua o quanto não sabemos nada da vida, o quanto temos que aprender, o quanto temos que romper com esses conceitos pré estabelecidos por sei-lá quem, que precisamos sair dessa infeliz zona de conforto e MUDAR!!!
Ao término do curso consegui muito mais do que eu fui buscar, entrei dentro de mim, lá no fundo sabe? Me deparei com coisas que eu não gosto muito, percebi o quanto esses conceitos pré estabelecidos gritam dentro de mim, o quanto muitas vezes sigo o fluxo também. Interessante perceber que existe uma linha muito tênue entre o não concordar e o criticar...  Dei de cara com conflitos ainda não resolvidos e me dispus... Dispus-me a continuar caminhando, me desfazendo de uma coisa aqui, outra ali, resolvendo um conflito aqui e deixando outro mais pra frente, tem coisa que eu ainda não dou conta...
Estou me abrindo para o novo, para a mudança, quero como bem disse a Carol no seu blog, emitir opinião sobre alguma coisa só depois de ter conhecimento para poder falar com propriedade e não com preconceito... Quero a minha Alforria (dá uma olhadinha lá, vale à pena), não quero mais ser escrava de um sistema que não funciona, quero ser livre para aprender, experimentar e mudar de opinião se for o caso, é assim que evoluímos...
Como bem foi dito no curso, o caminho do meio é o mais coerente, sem tanto radicalismo, respeitando a opinião de cada um, informando que é o mais importante e aprendendo sempre, pra tudo, não só no que diz respeito a parto, pra tudo na vida, foi essa grande mensagem que ficou pra mim...
Ainda vou falar muito por aqui das minhas impressões e do quão enriquecedor foi, mas por agora ficamos com essas reflexões, e que venham as próximas!!!




sábado, 1 de setembro de 2012

MAN IN THE MIRROR (HOMEM NO ESPELHO)

Pra quem não me conhece em detalhes, sou espírita, frequento o Centro Aprendizes do Evangelho e faço um curso que chama Escola de Aprendizes do Evangelho.
A maior proposta da escola é a reforma íntima, conhecer a si mesmo, reconhecer as qualidades e tentar diminuir vícios e defeitos. Ontem na aula foi apresentada uma ferramenta para ajudar nesse processo de auto conhecimento e reforma, a Caderneta Pessoal. A proposta da caderneta é você relatar algum fato, pode ser bom ou ruim e identificar qual o sentimento que esse fato gerou e colocar uma proposta ou para manter esse sentimento, no caso de ter sido algo bom ou trabalhar esse sentimento caso tenha sido algo ruim, me fiz clara? Enfim, não é algo muito fácil, certo? Mas enfim, passei o dia pensando em todo o processo que venho passando desde o começo do ano e vamos à cronologia...
Faço a Escola de Aprendizes desde agosto de 2011, já comecei outras vezes e já sabia que a proposta era essa, mas engraçado como a mesma situação tem impactos diferentes dependendo do momento que nos encontramos em nossa vida, o fato é que das outras vezes que comecei, a reforma íntima não tinha a proporção que tem pra mim hoje...
Ao longo desse processo na Escola de Aprendizes, minha grande amiga e irmã espiritual Carol conheceu uma mulher chamada Débora, a qual mora na favela, tinha cinco filhos e na sexta gestação veio trigêmeos, simples assim! Nos envolvemos muito com essa família e acredito que aí foi dado os primeiros passos para a proposta de reforma íntima da escola. Mobilizamos amigos, levamos presentes de Natal, cada amiga virou madrinha de cada criança, entramos na favela, mantivemos contato muito próximo com eles, voltamos pra entregar ovos na Páscoa, um evento que se estendeu pra outras pessoas na favela e o projeto era continuar com a causa, um pouco ainda sem forma, apenas com boa vontade e muito amor no coração!
Eis que no ano passado, o reencontro de uma amizade já chamava a minha atenção para assuntos maternos que até então não tinha conhecimento e no começo desse ano, entrando em contato com o site Mamíferas vários questionamentos começaram a tomar conta de mim, trazendo uma interiorização nunca sentida, a priori foi algo voltado pra maternidade mesmo, como já até falei aqui no blog, mas a coisa foi tomando outra forma, me trazendo uma interiorização não só no âmbito materno, mas no ser humano Michele, tanto que precisei encarar certos conflitos na terapia.
Despertou em mim uma vontade muito grande de lutar pelo que eu acredito, uma força avassaladora que me impulsiona a aprender e a crescer, e posso destacar aí além do meu envolvimento com as crianças da Débora, a vontade de fazer a diferença no mundo e o meu ativismo (ainda tímido), pelos assuntos voltados a parto, amamentação, maternidade e afins. Voltei-me pra maternidade com outros olhos, os quais olham profundo dentro de mim e acredite, a Escola de Aprendizes me ajuda muito no autoconhecimento, mas nada me ensina e me testa mais do que a maternidade e essa consciência ficou muito forte em mim nos últimos tempos... E como uma resposta do Universo por tudo que tenho vivenciado intensamente até então, a minha professora de ballet nos traz uma música do Michael Jackson, a qual vamos apresentar no espetáculo de final de ano da Academia, onde todas as turmas o homenagearão.
A música fala de transformação, de renovação, de fazer a sua parte no mundo e de começar pelo homem no espelho, ou seja, EU (qualquer semelhança é mera coincidência)!!!
Como já disse aqui também e vou dizer muitas outras vezes, nesse mês faço meu primeiro curso de doulas, e estou apostando todas minhas fichas de que esse será o meu primeiro passo para um trabalho de conscientização das mulheres sobre o parto, amamentação e todo o universo materno. As coisas ainda não tem muita forma na minha cabeça, mas penso em algo como roda de gestantes, ajuda a gestantes de baixa renda, informação, apoio, tantas coisas...
Minha irmã espiritual Carol está começando (timidamente ainda), o Grupo Cidade dos Sonhos,  que é um trabalho que nós queremos desenvolver na favela, ainda também sem muita forma, mas com muito amor no coração e muita vontade de fazer a diferença na vida dessas crianças que afinal, serão o nosso futuro, ou por algum momento pensamos que o futuro só será composto do meu e do seu filho?
Estou começando com o homem no espelho, estou pedindo a ele que mude, nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara, se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe pra si mesmo e faça uma mudança!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O passarinho, a criança e o outro lado da moeda...

Cresci escutando minha mãe e minha avó dizerem que criança era igual passarinho, no mesmo momento que estava morrendo, doentinho e amuado, logo já estava vivendo de novo, cantando e batendo as asas como se nada tivesse acontecido, pois é, essa última semana expressou bem o que isso quer dizer...
Sobrevivemos a estomatite do Júnior, olha não foi fácil, é uma coisa simples mas moeu o meu coração, ver filho sofrendo é doído demais!!! Passamos 3 dias tentando fazê-lo comer qualquer coisa que desse o mínimo de energia para mantê-lo de pé! Tentei todas as sugestões que me deram, mas a única coisa que rolou foi a mamadeira e o danoninho, além de um pão de leite que acabou descendo na terça de manhã, tamanha a fome que o bichinho estava...
Quando minhas esperanças estavam acabando e eu já cogitava de ter que voltar ao hospital, pois ele estava tão fraco que mal se continha em pé e as mãozinhas tremiam, eis que ele resolve comer 3 danoninhos e 1 cacho grande de uva, então o conto do passarinho se fez presente, assim que ele terminou de comer começou a dançar ao som da música de um programa que passa no disney júnior, Os Imaginadores, quem visse aquela cena não imaginaria que a minutos atrás o mesmo menino estava tremendo e sem forças para se manter em pé, tal qual o passarinho, ele cantou e dançou, vivendo de novo!!!
Dei um suspiro de agradecimento a Deus, pois tudo começava a passar...
Foi uma semana difícil, mas como toda moeda tem dois lados, pude aprender e vivenciar muita coisa boa com tudo isso, primeiro eu parei, parei tudo que tivesse menos importância e me dediquei ao meu filho exclusivamente nesses três dias, isso nos aproxima, apesar das circunstâncias e me faz sempre lembrar o que realmente importa. Eu tive paciência, muito embora houvesse momentos que eu pensei que fosse perdê-la, mas me contive e procurei a todo instante entender o momento que meu filho estava passando, me coloquei do lado do outro, mesmo que esse outro fosse meu filho e isso torna as coisas mais fáceis, mas exercitei o processo entende? Fui envolvida em muita vibração de força, de carinho, e vi como as mulheres se unem quando é necessário e o poder de amar que carregamos em nós!
Como já disse outras vezes e com certeza direi muito ainda, é na maternidade onde aprendo a ser melhor, onde trabalho o que há de melhor em mim e tento cada vez mais diminuir ou educar o que não é tão bom assim, muitas coisas me ajudam a mudar na vida, mas a maternidade... Ah! a maternidade....
Como disse Baceli em sua palestra: feliz daquele que consegue encarar o sofrimento como aprendizado e por pior que seja a situação pensar, o que eu posso aprender com isso?
Pois é, é assim que tenho agido ultimamente, umas vezes acertando e outras nem tanto assim, mas seguindo em frente, e como eu pensava todas as noites durante a estomatite, amanhã será outro dia e tudo será melhor!
Não posso deixar de citar minha mãe, maravilhosa e presente como sempre, a disposição com todo o carinho e amor do mundo, pronta pra carregar não só o Júnior no colo, mas a mim tb se fosse preciso!
No fim, só tenho a agradecer, primeiro pelo Júnior estar bem agora e por tudo ter passado, por ter pessoas maravilhosas na minha caminhada, por conseguir ver o outro lado da moeda e por ter a minha mãe comigo, sempre pronta a me amparar!
E terminamos a semana assim, brincando de super herói no quintal!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


BC: Porquê sou ativista da amamentação?

Bom, o segundo post do meu blog recém-nascido, é uma blogagem coletiva (a primeira de muitas que participarei), sobre o tema amamentação, proposto pelo blog Desabafo de mãe, após a semana mundial do aleitamento materno.
Complicado pra eu falar de amamentação sabe? Tenho dois anjos ofertados por Deus, Bárbara de 5 anos e Júnior de 2 anos. Na época em que Babi nasceu eu não fazia a mais pálida ideia do que significa maternidade consciente e afins (na realidade até pouquíssimo tempo isso era assunto novo pra mim), não tinha o hábito de pesquisar e a impressão que eu tenho hoje é que eu estava alienada do mundo quando meus filhos nasceram, parece que agora minha consciência grita a todo minuto! Essa pequena introdução é para que entendam o que está por vir... Não amamentei! Tá, se é que se pode dizer que eu amamentei, foram apenas 4 míseros meses a Babi e 1 mês o Júnior. Como assim??? Eu explico...
Babi nasceu de um parto normal em uma Casa de Parto, eu não tinha conhecimento a respeito como tenho hoje, mas dentro de mim algo gritava dizendo que era o mais correto a fazer: ter um parto normal. Babi demorou 1 dia inteiro pra mamar, eu fiquei 1 dia a mais na Casa de Parto porque ela não mamava, simplesmente não procurava meu seio, dormia o tempo todo e quando eu oferecia ela não pegava, simples assim... Não foi oferecido água glicosada e nem leite artificial, as aux. de enfermagem entravam de quando em quando no quarto e me ajudavam muito, me incentivavam, colocavam a Bárbara no seio, me ensinavam como tinha que ser a pega, com toda a paciência do mundo, até que o negócio foi acontecendo...
Fui pra casa e um misto de alegria e depressão tomou conta de mim, acho que com a maioria das mães acontece isso... Uma tristeza, uma sensação de impotência, chorava o tempo todo e oferecia o peito pra Babi toda vez que ela solicitava, mas em 80% das vezes ela dormia e só fazia de chupeta. Com 15 dias de vida fomos a sua primeira consulta ao pediatra e a instrução foi: Peito de 3 em 3 horas, pois ela não está ganhando peso, daqui uma semana volte. Voltei e nada de peso, então a recomendação foi entrar com o leite artificial, primeiro peito e depois mamadeira.
Mesmo com todos os poros do meu corpo dizendo que não, eu fiz exatamente o que a médica mandou, pois tinha medo de fazer algo errado, afinal ela era médica e sabia o que estava falando.
Não procurei outra opinião, não procurei ajuda (nem imaginava que tinha grupos de apoio à amamentação) e a minha maior frustração foi não ter amamentado como eu sempre sonhei.
Ta ok, então veio o Júnior e tudo seria diferente, a teoria era de que a Bárbara não tinha força para sugar por isso meu leite era muito pouco, o Júnior sendo menino seria mais forte e mamaria muito. Aí vêm aquelas cobranças veladas, de mãe, tia, avó e o raio que o parta: Ai esse menino vai mamar muito, ai seu seio tá tão grande, deve estar cheio de leite, nossa essa menino vai engordar bastante, que maravilha!!!
Recentemente descobri na terapia que tenho uma forte tendência em TER que atender as expectativas do outro e o pior, eu sinto como se eu não fizesse mais do que minha obrigação, é estúpido demais, mas essa expectativa do outro gerou uma ansiedade em mim e hoje eu questiono se isso não foi um grande fator a prejudicar minha amamentação, dentre tantos outros...
Passaram 15 dias do nascimento do Júnior e ele não dormia, queria ficar o tempo todo no peito, enfim, o que é absolutamente NORMAL, só que pra mim não era!!!  Eu comecei a entrar na neura de que ele não estava engordando, de que meu leite era pouco e que esse menino chorava porque estava com fome (aí vem sogra, tia, prima e até voz da vó que já morreu ecoando no seu ouvido: É FOME!!!!) ou seja, fiz as coisas por repetição, como eu tinha feito até então, e dá-lhe Nan!!!
Escrevendo essas palavras hoje fica gritante minha imaturidade, minha falta de informação, chega até ser ridículo pra mim!!!
Hoje a minha maior frustração é não ter amamentado e a CULPA, sentimento acompanhante de todas as mães (acredito eu), me segue toda vez que eu vejo minha Babi não comer nenhuma verdura ou legume, pois penso, se eu tivesse amamentado mais, ela saberia comer as coisas porque uma vez que o que a gente como vai para o leite e eu como muita verdura e legumes, logo ela comeria também. Nas quatro vezes que o Júnior ficou internado por problemas de respiração, eu pensei, ele tem isso por culpa minha, porque se eu tivesse amamentado bastante ele seria mais saudável... E por aí vai...
Então eu te respondo, porque eu sou ativista da amamentação?
Porque eu acredito que a informação e o apoio é o ponto de partida para que as mães insistam na amamentação. Hoje eu sei que existem muitos grupos de apoio na internet, muitas rodas de conversas, mas tem muita gente que não tem esse hábito, eu mesma não tinha, e além disso tem muita gente que não tem acesso o que é pior!!!
Como já disse aqui no blog, começo meu curso de doulas em setembro, acredito que o primeiro de muitos que virão a respeito da maternidade como um todo e acredito também que essa será minha porta de entrada para o ativismo de fato. Num primeiro momento não pretendo trabalhar como doula, pretendo usar o conhecimento agregado para passar informação, sonho em fazer um trabalho com gestantes falando sobre gestação, parto, alimentação e muita amamentação!!! Entre tantos outros assuntos que norteiam o mundo da maternidade...
Nesse blog aqui, a Letícia fala com maestria sobre sua experiência com a amamentação e cita algumas vantagens que vale muito a pena saber e eu não vou repetir aqui, pois quero que vocês leiam, pois o texto dela realmente está muito bom!!!
É importante que as mães saibam a importância de amamentar e os benefícios que a amamentação traz tanto pra criança quanto pra mãe, a cultura do corpo, a cultura da mulher TER que trabalhar, a cultura da “sobrevivência” e a cultura trazida ao longo dos tempos são fatores determinantes que interferem na amamentação. Eu explico:
- CULTURA DO CORPO: Já escutei amigas minhas dizendo que não vão amamentar para o seio não cair, pois a mãe e a tia não amamentaram e têm o seio durinho.
 - CULTURA DE A MULHER TER QUE TRABALHAR: Claro que não são todas as mulheres que tem a opção de não voltarem a trabalhar quando suas crias nascem, mas tem algumas que mesmo podendo não se arriscam a ficar em casa, pois a sociedade exige que a mulher trabalhe, de forma que a mulher que fica em casa para se dedicar aos filhos não tem valor! (Eu vivo na pele essa emoção!)
- CULTURA DA SOBREVIVÊNCIA: Aquelas frases do tipo: “Ai, minha mãe nem me amamentou e eu sobrevivi.” “Minha tia nem amamentou minha prima e ela ta aí ó, firme e forte, sobreviveu.” Pois é, nós queremos que nossos filhos “sobrevivam” ou vivam com qualidade”?
- CULTURA TRAZIDA AO LONGO DOS TEMPOS: É a cultura que eu senti na pele, FOME, NÃO ENGORDA, LEITE POUCO, LEITE FRACO e por aí vai.
Posso dizer que eu não amamentei, mas sou ativista da amamentação para que as mulheres não passem pelo que eu passei e tenha a informação suficiente e apoio para passar pelas dificuldades que a amamentação pode trazer!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Minha lista de projetos futuros começa AGORA!

Bom, estou nova nesse negócio de blog, então vamos ver no que vai dar...
Faço a primeira postagem desse blog celebrando esse ano de realizações, sabe aquelas listas de projetos futuros, geralmente feitas no final de cada ano? Pois é, são dessas mesmo que eu estou falando. Há alguns bons anos atrás eu pensei em dançar, num primeiro momento pensei em dança de salão junto com meu marido ou coisa assim. Sabe aqueles projetos que ficam no campo das ideias e nunca são colocados em prática? Depois eu pensei em fazer dança do ventre e até fiz uma listinha de "projetos futuros" onde constava a dança do ventre. Como quase tudo, passou, sem que eu tivesse feito de fato! Então comecei a perceber que o tempo estava passando e eu estava deixando de fazer coisas que eu gostaria de fazer e eu nem sabia ao certo o porquê de eu não estar fazendo... O fato é que esse ano eu entrei no ballet, despretensiosamente, com o intuito de me movimentar, já que as minhas companheiras de dança seriam as mães das amiguinhas da Bárbara no ballet. Foi tão bom... Me senti tão plena... Mesmo com meus movimentos duros, sem o mínimo de delicadeza, até engraçados vistos num primeiro momento, contudo foi muito prazeroso!
Me empolguei, como acontece com quase tudo que faço na minha vida, aí comecei a fazer jazz, a princípio só na quinta e o negócio ficou tão bom que agora faço de terça e quinta, o ballet no sábado e, se eu tivesse mais tempo encaixaria com muito prazer um contemporâneo no sábado à tarde, mas calma né Michele, manteremos o que temos no momento.
Em abril comecei despretensiosamente o ballet e agora, dia 19/08 farei minha primeira apresentação numa mostra de jazz, vou dançar Águas de março na voz da Elis Regina! Cara, eu não estou nem pensando, se eu pensar eu não durmo, tá bom, eu durmo sim, a única coisa que tira meu sono é o calor. Vamos reformular isso, se eu pensar eu como feito uma louca, o que já está acontecendo...
Outra coisa muito legal que está prestes a ser realizada é meu primeiro curso de doulas. Doulas? O que é uma doula? Doula vem do grego e significa "mulher que serve". É a pessoa que acompanha a mulher no pré parto, parto e pós parto também. A doula contribui com massagens, suporte físico e emocional, preparação da sala, transmite aos demais da equipe os desejos da parturiente e já é comprovado em pesquisa que a mulher que tem o acompanhamento de uma doula diminui as chances de intervenções e cesárias desnecessárias. Na realidade começo o curso de doulas em setembro, no intuito de aprender e com o conhecimento agregado, trabalhar em prol das gestantes, levando informação, conhecimento e derrubando mitos, para que futuramente, as mulheres consigam reverter a situação das cesárias no Brasil, que é um número gritante e desaconselhado pelo Organização Mundial de Saúde. Pois bem, falarei mais detalhadamente sobre cesária, parto normal e afins futuramente, o enfoque de hoje é a realização do curso e trabalhar voluntariamente em favor de outras pessoas. É como se eu ouvisse uma voz dentro de mim dizendo que eu podia fazer mais, é como se tivesse um chamado dentro de mim, dizendo que eu podia fazer alguma coisa efetiva para o meu próximo, uma coisa palpável sabe? Eu só não encontrava por onde começar, o que fazer... Quando o Júnior nasceu e eu estava em casa, vi comerciais no Discovery Home & Health de mulheres que tinham feito a diferença, tinha uma médica que trabalhava com mães carentes, uma outra mulher que trabalhava com moradores de rua e eu me emocionava toda vez que via os comerciais. Sentia como se eu tivesse que levantar e fazer alguma coisa pelo outro de uma maneira mais eficaz, mais evolvida, será que dá pra entender? Hoje o Júnior está com dois anos e eu vejo algo começar a se formar, ainda está muito cedo, estou cheia de ideias na cabeça, com o coração cheio de disposição e o primeiro passo vai ser o curso de doulas, acredito que a partir daí as coisas vão tomando forma... Quem quiser saber mais sobre o trabalho da doula pode ver aqui, mas como disse, vou falar muito disso por aqui.
Por último mas não menos importante, consegui fazer esse blog, algo que eu tento desde o começo do ano mas, como não sou muito amiga da tecnologia tive bastante dificuldade e também fui deixando pra depois.
Agora ele está aqui, simples, modesto mas cumprindo a proposta a qual eu me dispus, fazer desse espaço o espaço para compartilhar a minha caminhada rumo a um ser humano melhor!
Pois é, a minha lista de projetos futuros já começou, e vocês, gostaram?