terça-feira, 9 de outubro de 2012

Papo de mãe em: Birras e ataques de nervoso, o que faço com eles?



Esse é o meu anjinho, o Júnior. Serzinho que me impulsiona, que me vira do avesso e que fez cair por terra todos os conceitos sobre maternidade que eu tinha até então. Eu explico: tenho uma princesinha de 6 anos, a Bárbara, essa coisinha linda de cabelos crespos e olhinhos puxados aí debaixo.



Pois é, Babi já veio pronta e eu na minha ingenuidade achava que o mérito era meu... Babi dormia a noite toda, acordava no máximo 2 vezes pra mamar (estourando), Babi quase não chorava e um simples: não filha, não pode porque faz dodói, era suficiente pra ela não subir na mesa, não mexer em facas, enfim, ela simplesmente obedecia e até hoje é assim. Meiga, carinhosa, inteligente, às vezes preciso gritar dentro de casa: Bá, onde você tá, filha? Porque ela fica tão quieta que às vezes parece que não tem ninguém, e ela responde com sua voz fininha do quarto: Estou no meu quarto mamãe, tô desenhando ou, tô arrumando o meu guarda-roupas (pasmem, ela arruma o guarda-roupas dela, separa saias de shorts e camisetinhas regatas das de manga, juro procês). Conclusão: eu me achava a mãe perfeita, pois minha filha sempre foi muito educada, carinhosa, obediente e tranquila, não entendia como eu conseguia fazer tudo em casa enquanto a Bárbara espalhava seus brinquedos na sala e quietinha brincava, e outras mães não conseguiam fazer nada e estavam sempre com cara de acabadas, pretensiosa eu, não? Pois é, o fato é que então eu tive o meu anjinho, o Júnior, e como eu disse a princípio ele veio pra me virar do avesso, pra fazer cair por terra todas minhas convicções e o que é melhor, o Júnior me fez sair da terrível zona de conforto e me impulsionou a pensar, a pesquisar e a me por em xeque a todo momento.
Preciso compartilhar que no primeiro ano do Júnior eu fui muito negligente, sei-lá, alguma coisa estava errado sabe? Parece que eu tinha sido abduzida por um E.T. Eu estava tão preocupada em manter uma rotina dentro da normalidade, tão preocupada a voltar a trabalhar, tão preocupada com tantas coisas menos importantes que não olhei para o meu anjinho como eu deveria, vivia sem paciência e hoje eu percebo que nem conversar com ele eu conversava, coisa que eu fazia com muita naturalidade com a Bárbara, eu fazia tudo meio roboticamente sabe, e eu não sou assim... O fato é que no começo desse ano que eu ouvi a primeira vez a palavra maternidade consciente e parece que uma venda me foi tirada dos olhos, foi quando percebi o quanto negligente fui com meu anjinho, pra se ter uma ideia quando ele tinha 3 meses eu voltei a trabalhar, como se isso fosse realmente importante, era, mas eu podia e tinha condições de ter esperado mais...
O processo foi: culpa, muita culpa, mais um pouquinho de culpa,  terapia e vamos arregaçar as mangas e tomar outras atitudes daqui pra frente.
Bom, agora com 2 anos e 5 meses, o Júnior está rebelde!
O Júnior grita, cospe, bate e se joga no chão, há momentos que parece que ele vira um gremelin.
Um exemplo: ele pega o banquinho e quer mexer na pia da cozinha, pega o detergente e quer lavar louça, é o tipo de coisa que não pode certo? Pois bem, Júnior, não pode filho, a mamãe está fazendo papá, se você ficar aí, além de se molhar e ficar dodói, você vai acabar com o detergente da mamãe e como a mamãe vai lavar louça? Então tiro ele do banquinho e falo, vai brincar com seus brinquedos enquanto a mamãe termina o papá. É nesse momento que ele vira o gremelin, ele grita um sonoro não, cospe e chora tão alto que eu tenho a impressão de que qualquer hora o conselho tutelar vai bater na minha porta, porque quem passa na rua só pode pensar que ele tá apanhando... Aí desanda tudo, eu tenho que acalmá-lo de alguma forma que eu ainda não descobri qual é, paro de fazer o jantar no meio do caminho, na maioria das vezes jantamos mais tarde do que o habitual, enfim, é como se fosse a primeira vez que eu sou mãe...
Tento conversar, acalmá-lo, pego no colo, explico que não pode, vou dar uma volta na garagem, só que muitas vezes eu não sei mais o que fazer, então deixo-o chorar e retomo o jantar, é nesse momento que eu me sinto mais impotente e muitas vezes choro também, porque eu penso: meu Deus, eu não sei lidar com meu filho! Então tento evocar o mantra das mães: isso vai passar, é só uma fase... E então a voz do meu marido e do meu sogro ecoam na minha mente: vai deixar pra educar quando tiver grande, aí já não adianta mais! Sabe o que é esse educar né? Bater! Não quero e não vou bater no meu filho, já dei uns tapas sim, não vou mentir, mas me senti pior ainda, claro que uns tapas "tira pó" como diz minha mãe, mas mesmo assim, não é a intensidade do tapa e sim o ato, não vou fazer isso, ele só tem 2 anos e 5 meses, isso é ridículo, é desumano!
Inevitável eu pensar que ele age assim por conta de eu não ter me dedicado a ele como deveria no primeiro ano de vida dele, então a culpa vem e dá uma batidinha na porta, às vezes eu acabo abrindo, outras não...
Quero basear a educação que eu dou para os meus filhos no conceito da criação pelo vínculo, é algo novo pra mim mas que tem toda coerência com a pessoa que eu sou hoje e principalmente com a pessoa que eu quero me tornar. Bater, pôr de castigo, amedrontar com o bicho papão e gritar eu sei fazer, foi assim que foi feito comigo, não por maldade, apenas por repetição, mas eu não quero continuar esse ciclo, por isso peço a ajuda das mães, maternas, mamíferas e todas mais que puderem me ajudar, quero conseguir entender meu anjinho, ajudá-lo com seus conflitos e guiá-lo para se tornar um ser humano pleno e feliz!



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Setembro de desafios e realizações

Se finda o mês de setembro, e com ele um cansaço descomunal, mas a sensação plena de dever cumprido e desafios superados, sensação de: "Caraca, não é que vc conseguiu?"
Primeiro foi o curso de doulas, deixar o escritório por 4 dias, o Beto ter que rebolar pra poder levar e buscar as crianças na escola, eu saindo mais cedo do que eu costumo sair e chegando mais tarde do que eu costumo chegar, sem tempo pra fazer comida ou simplesmente pôr uma roupa na máquina, perceber o estresse do Júnior por estar muito tempo longe de mim... É, não foi fácil, foi trabalhoso e cansativo fisicamente, gente a Sé às 18:00hs é a visão do inferno, teve vez que eu senti vontade de chorar quando eu via aquele mundaréu de gente, não dá pra acreditar que tem gente que faz isso todo dia, meu Deus!!! Olha, trabalhar perto de casa realmente não tem preço!!! Mas valeu, valeu demais!!! Como já disse aqui, o curso foi uma terapia, com certeza aprendi muito mais do que eu fui buscar, sobretudo sobre mim mesma...
Fui convidada para participar de um bate papo no grupo de apoio a gestantes de São Matheus e lá estava eu, sexta - feira 01:40 da madrugada, preparando a aula que daria no dia seguinte. Gente é a primeira vez que eu fiz isso, e lá fui eu, com a cara e com a coragem.
Foi uma aula MARAVILHOSA!!! Pude ver nos olhinhos das mulheres para as quais eu falava, a atenção, a curiosidade e a vontade de saber mais, tanto que a aula foi terminar 15min. depois do combinado porque o assunto realmente rendeu!
Ouvir uma mulher de 60 anos falar no final da aula:
"Menina, eu tenho 60 anos e tive 3 cesárias, nunca, em toda minha vida, ninguém me contou o que você está contando agora. Onde você estava menina?"
Simplesmente não tem preço!!! Tive a plena certeza de que o caminho é por aí e é só o primeiro passo da caminhada que quero seguir!
Lembro que no encerramento da aula, enquanto fazíamos a oração eu pensei: um desafio de hoje já foi, agora só falta um!
E lá fui eu, deixar as crianças na minha mãe e seguir pra casa pra arrumar a mala e encontrar as meninas para irmos ao teatro.
Quando chegamos lá, na hora que parei na porta do teatro e olhei pra dentro, minha cabeça rodou, senti uma tontura sem igual, precisei de ajuda para entrar pois realmente estava muito tonta. Cheguei no camarim suando frio, com o estômago embrulhado e tremendo, foi horrível, pensei que não ia dar conta de dançar, então lembrei que eu não tinha comido nada até aquela hora, tamanha a ansiedade que eu me encontrava. Comi uma maçã, tomei gatorade, um salgadinho, deitei no sofá do camarim e aos poucos fui melhorando, graças a Deus! Fiz uma oração e sintonizei meu amigo espiritual, dizendo que se o que eu estava sentindo fosse só por conta da ansiedade, então que eu conseguisse me asserenar a ponto de ficar bem, e se por acaso aquilo não fosse meu, então que eu fosse envolvida de forma a não deixar que nada atrapalhasse aquele momento, foi como tirar com a mão, minutos depois eu estava 100% e com uma calma que não é própria minha.
Ensaiamos até quase a hora do espetáculo, que começaria às 20:00hs.
Gente, que emoção quando fizemos o pai nosso, todos de mãos dadas minutos antes de começar, e quando nos foi falado que os 450 lugares estavam ocupados, cara se apresentar para 450 pessoas não é fácil não, é muita adrenalina!!!
E as cortinas se abriram, e o espetáculo começou, além de lindo, prazeroso e divertido, foi muito emocionante, muitos choraram e todos riram e eu consegui!!!
Fui prestigiada pela minha família e por amigos queridos, foi muito bom tê-los comigo nesse momento tão especial pra mim!!!
A Carol? É claro que ela estava lá!!! Na coreografia Best Friends, o primeiro rostinho que me veio a mente foi o dela, seguido de tantos outros que são imprescindíveis na minha vida, e na cochia todos choravam, emocionados por aquela energia tão boa e na platéia também!!!
No final do ano teremos outro espetáculo, o de encerramento do ano e eu dividirei o camarim e a cochia com a minha princesa, minha filha Bárbara, pois ela também irá se apresentar, vou preparando meu coração desde já, pois a emoção será em dobro!!!
Fica aqui o meu eterno agradecimento a minha mãe e ao meu marido, que são os facilitadores para que tudo isso pudesse acontecer, a minha família e aos meus amigos que foram me prestigiar, com certeza foi a cereja do bolo, as meninas do jazz por serem cúmplices desse momento e ao professor Wellington por tornar tudo isso possível!!!
CURSO DE DOULAS NO GAMA

YÉS, NÓS SOMOS JAZZ!
E assim termina o mês de setembro, o qual trouxe junto com a primavera, o desafio, a superação, o conhecimento e o prazer!