quinta-feira, 22 de maio de 2014

A continuação dos 34

E quando achava que tudo tinha acabado, chega minha mãe e duas de minhas irmãs, com meu marido, filhos e meu cunhado Kaique, bolinho e mais parabéns, como é bom né?
No meio do bate papo minha mãe me disse que quando estava indo trabalhar pensou: há 34 anos essa hora eu estava sentindo dor e logo ela ia nascer...
Ela disse que chorou o caminho todo até o serviço, pensando em mim...
Eu nasci de fórceps e hoje sei o quanto o meu nascimento impactou na minha vida, foi um nascimento violento, com uma mãe adolescente (15 anos) e um pai adolescente, mulherengo e boêmio (19 anos), mas eu sei que havia muito amor, pude sentir esse amor ao longo da minha vida, muito embora houvessem falhas e lacunas que ficaram lá, escancaradas, esperando o momento que eu estivesse disposta e com maturidade pra encarar, contudo eu sei que havia muito, muito amor!
Sei também que fizeram o melhor que podiam com o que tinham nas mãos...
Parte do que sou dependeu dela, foi por ela e com ela. Minha companheira, minha mãe! Passamos tantas coisas juntas, tantas paradas sinistras, mas tantas coisas bacanas também... Muito embora discordemos e em algumas vezes não nos entendemos, eu sei que posso contar com esse amor infinito que ela sente por mim, pois é o mesmo que tenho pelos meus filhos.
Aproveito esse espaço e esse momento pra mais uma vez expressar minha GRATIDÃO por ser filha dessa mulher maravilhosa, que deu o seu melhor, que fez nascer flores no deserto, que com o pouco que tinha nas mãos fez milagres e educou 5 filhos da melhor maneira que pode, usando as ferramentas que tinha e muito amor!
Te amo mãe, parte do que sou vem de ti!
GRATIDÃO!

34 anos aprendendo a SER

O nome desse blog é aprendendo a SER... Aí hoje, onde se completa 34 anos da minha existência nesse plano, eu me sinto como se estivesse no alto de uma montanha olhando pra traz. Vejo um caminho plaino por onde percorri, algumas pedras, depois ficou plaino de novo, um pouco íngreme em alguns momentos...
Nos dois últimos anos é onde vejo esse caminho mais cheio de obstáculos, bem trabalhoso de percorrer e percebo que foi umas das melhores partes a ser percorrida, apesar da dificuldade que foi.
Olho pra cima e vejo que ainda resta um tantão de montanha e a minha vontade cresce, uma motivação doida de tirar as pedras que me impedem e seguir! O barato de tudo é que lá em cima quem me espera sou eu, sim, eu mesma!
É o caminho da vida que sigo de encontro a mim mesma, ao meu auto conhecimento, a minha plenitude, ao APRENDER A SER.
Foram tantos sorrisos, conquistas, encontros, desencontros...
O dia percorreu e foram tantos recados cheios de carinho, de atenção, me lembrando sempre de quem sou e o que represento na vida de muita gente... Isso faz parte da minha história sabe, faz parte de mim!
Me deparei com tantos VC É ESPECIAL que meu coração se encheu...
Então a palavra do dia nesses 34 anos é GRATIDÃO! Por todas as pessoas maravilhosas que me acompanham nessa jornada e por quem me torno a cada dia!
Que os passos a seguir, mesmo sabendo que talvez não sejam tão leves, sejam eficazes e precisos e que me tragam os frutos que espero, de plenitude, completude, inteireza...
Feliz VIDA pra mim!








quinta-feira, 1 de maio de 2014

Saldo do primeiro dia do SIAPARTO

Estou ansiosa, eufórica, feliz e grata!
Cara, participar desse simpósio está sendo mágico!
Estar perto de pessoas tão bacanas, que admiro tanto, praticamente ídolos me faz ficar em êxtase.
Além do mais tem todas as informações recebidas que são de uma grandiosidade sem fim.
A primeira palestra que participei foi da Karem Strange, aperfeiçoando a experiência do parto: a hora dourada. Ela falou lindamente sobre a percepção do bebê no nascimento, foi uma delícia de palestra.
Depois da Karem Strange foi a Naoli Vinaver, cara, que mulher é essa?
Foi aplaudida de pé ao término da palestra, linda, maravilhosa, forte! Contou suas histórias de acompanhamento de parto com uma delicadeza, com uma leveza que por muitas vezes meus olhos se encheram de lágrimas!
O almoço foi uma delícia com a companhia das minhas queridas, Thielly Soengas, Cinthia Claudino, Mônica Minussi, Anne Pires, Aline Matricardi, risos, bom papo...
Depois do almoço nos dividimos e eu fiquei na palestra do psicólogo Alexandre Coimbra, cara, o que foi essa palestra? Coisas do tipo:
- Recuperar a sacralidade desse momento que foi roubada pela medicalização do parto.
- A ambivalência define o ser humano.
- A gravidez é um contrato com a eternidade.
- Vivemos o pós modernismo, onde o EU (individualismo) é mais importante. Por isso somos vistas como "índias comunistas", pois estamos na contra mão desse pós modernismo, pensando no coletivo, no outro, enfim...
- O trabalho de parto não é uma abertura da pelve, é uma abertura espiritual.
- Precisamos deixar de sermos solitários para sermos solidários...
Depois do Alexandre Coimbra teve a palestra sobre HypnoBirthing da Lúcia, outra maravilha!
Enfim, foi lindo, foi maravilhoso, foi edificante!
Como sempre aproveito essas situações pra adentrar no meu eu e tentar trazer o máximo que puder pra minha própria vida, sempre é um processo de auto conhecimento e de rever valores, atitudes, enfim... Os mimos do SIAPARTO, a delicadeza com a qual foi organizado tudo, foi tudo perfeito!
Enquanto estava lá absorvia todas aquelas informações e pensava sobre as pessoas que me dizem: aff, vc é louca. Parto eu quero bem longe!
Entendo que tem algumas pessoas que trazem na memória, talvez até na memória celular, históricos que as fazem querer ficar longe de um parto, mas não entendo que muitas pessoas não querem nem procurar saber, entender o que acontece. Não entendo as pessoas não entenderem ou pelo menos procurar entender, como é para o recém nascido a experiência do parto e quanto isso pode ser impactante para toda uma vida.
A cada informação recebida, sentia que o parto diz muito mais sobre nós do que imaginamos e quanto podemos aprender com isso. Muito embora eu respeite, não consigo entender a frieza com a qual algumas pessoas encaram esse momento, que deveria ser o mais importante na vida de uma mulher.
As pessoas se pautam no sobreviver, do tipo: fulano nasceu de cesária e não morreu! Ah, mas se cresceu, trabalhou, casou, não teve problemas com drogas nem com crime então tá ótimo!
Fico pensando nesses pensamentos pequenos, que faz com que as pessoas não se aprofundem em algo que é tão grande como tudo o que envolve o nascimento. Fico pensando nas condutas da maioria das pessoas, que é tão rasa, tão simplista, que não se olham, não se entendem...
Veja bem, isso não é uma crítica a quem escolhe ou precisa fazer uma cesária, de modo algum a questão não é a via de parto, é superficialidade com a qual as pessoas encaram algo tão profundo.
De qualquer forma, no coração ficou a certeza de que o movimento cresceu e ainda vai crescer muito mais, que o mundo começa a mudar, que os paradigmas continuam se quebrando e abrindo espaços pra novas ideias, estudos, evidências, posturas...
No fim ainda teve uma cervejinha com a Thielly e com a Cinthia, como é bom conversar com pessoas de mente aberta, com papos bons, de risos largos!
Gratidão define o que estou sentindo nesse momento...
Ansiosa pra viver os próximos 3 dias de SIAPARTO!